ATO I - Cena I
(Hamlet With Coments)

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Elsinor – Terraço diante do castelo. (Francisco está de sentinela. Bernardo entra e vai até ele.)

Bernardo: Quem está aí?

Peraí!! Se ele foi tomar o lugar de Francisco, ele já devia saber quem estava lá!! Q babaca! É o mesmo q ligar pra casa de alguém e perguntar quem está falando! %_% Acho uma babaquice...

Francisco: Sou eu quem pergunta! Alto, e diz quem vem!

É mais ou menos isso q eu digo quando eu atendo o telefone de um babaca desses... ~_~

Bernardo: Viva o rei!

Ahhh... ÓTIMA resposta! %_%

Francisco: Bernardo?

Não! É o Papai Noel! %_%

Bernardo: O prórpio.

Francisco: Chegou na exatidão de sua hora.

Pontualidade britânica até na Dinamarca! ^_^

Bernardo: Acabou de soar a meia-noite.
Vai pra tua cama, Francisco.

Podiam chamar ele de Chico, ne? ^_^

Francisco: Muito obrigado por me render agora. Faz um frio mortal — até meu coração está gelado.

Bernardo: A guarda foi tranqüila?

Francisco: Nem o guincho de um rato.

Uau! Q audição!

Bernardo: Boa noite, então.
Se encontrar Marcelo e Horácio,
Meus companheiros de guarda, diga-lhes que se apressem.

Francisco: Parece que são eles. Alto aí. Quem vem lá?

(Entram Horácio e Marcelo.)

Horácio: Amigos deste país.

Ah, é! Horácio não é Dinamarquês! ~_~ De onde será q ele é?

Marcelo: E vassalos do Rei da Dinamarca.

Francisco: Deus lhes dê boa-noite.

Marcelo: Boa noite a ti, honesto companheiro.
Quem tomou o teu posto?

Francisco: Bernardo está em meu lugar.
Deus lhes dê boa-noite. (Sai)

Tinha q repetir? "Deus lhes dê boa-noite." Tá mesmo preocupado... ~_~

Marcelo: Olá, Bernardo.

Bernardo: Quem está aí? Horácio?

Horácio: Só um pedaço dele. O resto ainda dorme.

Preguiçoso! :p Queria estar dormindo ainda... ~_~

Bernardo: Bem-vindo, Horácio. Bem-vindo, bom Marcelo.

Marcelo: Então, me diz — esta noite a coisa apareceu de novo?

Bernardo: Eu não vi nada.

Marcelo: Horácio diz que é tudo fantasia nossa
E não quer acreditar de modo algum
Na visão horrenda que vimos duas vezes.

Isso era de se esperar já que, como Hamlet, Horácio é um estudioso e homem da razão.

Por isso eu insisti pra que estivesse aqui, conosco,
Vigiando os minutos atravessarem a noite
Assim, se a aparição surgir de novo
Ele não duvidará mais de nossos olhos,
E falará com ela.

Essa afirmação é fruto da crença daquela época, de que os fantasmas e espíritos (os bons!) eram tão sagrados e majestosos que só se comunicavam em latim. Considerada, até então, a língua de Deus. Assim sendo, apenas uma pessoa letrada como Horácio poderia falar e entender um espírito.

Horácio: Ora, ora, não vai aparecer.

Ele é tão incrédulo q chega a fazer ironias! %_%

Bernardo: Senta um pouco, porém.
E deixa mais uma vez atacarmos teus ouvidos
Fortificados contra a nossa história —
O que vimos nessas duas noites.

Horácio: Bem, vamos sentar, então,
E ouvir Bernardo contar o que ambos viram.

Bernardo: Na noite passada,
Quando essa mesma estrela a oeste do pólo
Estava iluminando a mesma parte do céu
Que ilumina agora, Marcelo e eu —
O sino, como agora, badalava uma hora —

Ei! Belo guarda! Ao invés de ficar vigiando e montando guarda, fica olhando as estrelas! ~_~

Marcelo: Silêncio! Não fala! Olha — vem vindo ali de novo! (Entra o Fantasma.)

Bernardo: Com a mesma aparência do falecido rei.

Marcelo: Você é um erudito; fala com ele, Horácio.

Aqui fica reforçada a afirmação q fiz há pouco... ^_^

Bernardo: Não te parece o rei? Repara bem, Horácio.

Horácio: É igual — estou trespassado de espanto e medo.

É meio bobo vc afirmar q está com medo quando vc demonstra claramente q está com medo, ne? ~_~ "estou trespassado de espanto e medo" hj em dia parece meio estúpido! ~_~ É o mesmo q abraçar alguém e dizer "Estou te abraçando"! ~_~’ Hehehehe...

Bernardo: Ele quer que lhe falem.

Marcelo: Fala com ele, Horácio.

São dois medrosos, mesmo, ne? ~_~

Horácio: Quem és tu que usurpas esta hora da noite
Junto com a forma nobre e guerreira
Com que a majestade do sepulto rei da Dinamarca
Tantas vezes marchou? Pelos céus, eu te ordeno: fala!

Tradução: "Quem é vc, véio, q fica andado por aí a essa hora da madru, vestido de rei morto de armadura? Tô mandado: diz aí!" ^_^

Marcelo: Creio que se ofendeu.

Vc não se ofenderia se visse um fedelho te "ordenando" qualquer coisa?

Bernardo: Olha só com que altivez vai embora!

Claro! Ele é rei!! Morto, mas rei! Não é pq morreu q abandonou o título! ~_~

Horácio: Fica aí! Fala, fala! Eu te ordenei — fala! (O Fantasma sai.)

Vc ainda acha que tem direito de ordenar alguma coisa, mano? Ele é o rei!! :p

Marcelo: Foi embora e não quis responder.

Vc responderia?? Credo... Povo mais mal-educado...

Bernardo: E então, Horácio? Você treme, está pálido.

Ahhhhhh!!!!! Odeio gente q fica narrando as ações óbvias!! Como eu disse, é o mesmo q abraçar alguém e dizer "Estou te abraçando!"

Não é um pouco mais que fantasia?
Que é que nos diz agora?

Horácio: Juro por Deus; eu jamais acreditaria nisso
Sem a prova sensível e verdadeira
Dos meus próprios olhos.

É! Papudo!! Tomou? ^_^

Marcelo: Não era igual ao rei?

Horácio: Como o rei num espelho.
A armadura também era igual à que usava
Ao combater o ambicioso rei da Noruega
E certa vez franziu assim os olhos, quando,
Depois de uma conferência violenta,
Esmagou no gelo os poloneses
Em seus próprios trenós.

Ai! ISSO era o bom e virtuoso rei? Imagino como o novo deve ser ruim então!

É estranho.

Marcelo: Assim, duas vezes seguidas, e nesta mesma hora morta,
Atravessou nossa guarda nesse andar marcial.

Hora morta? @_@

Horácio: Não sei o que pensar. Com precisão, não sei.
Mas, se posso externar uma opinião ainda grosseira,
Isso é augúrio de alguma estranha comoção em nosso Estado.

Marcelo: Pois bem; vamos sentar. E quem souber me responda:
Por que os súditos desse país se esgotam todas as noites
Em vigílias rigidamente atentas, como esta?

É!! Exploração!!! (Embora elas Não sejam tão atentas assim... O outro aí fica olhando as estrelas!)

Por que, durante o dia, se fundem tantos canhões de bronze?
Por que se compra tanto armamento no estrangeiro?

Pra gastar o dinheiro dos cofres públicos, meu filho!

Por que tanto trabalho forçado de obreiros navais,
Cuja pesada tarefa não distingue o domingo dos dias de semana?

Exploração!! Exploração!!! Vamos fazer greveee!!!!

O que é que nos aguarda,
O que é que quer dizer tanto suor
Transformando a noite em companheira de trabalho do dia?

Tá brabo mesmo, hein?? Já pensaram em organizar um sindicato?

Quem pode me informar?

Eu posso, mas essa fala é do Horácio! ^_^

Horácio: Eu posso;

Senta, que lá vem história!

Pelo menos isto é o que se murmura: nosso último rei,
Cuja imagem agora mesmo nos apareceu,
Foi, como vocês sabem, desafiado ao combate por Fortinbrás, da Noruega,
Movido pelo orgulho e picado pela inveja.

Tadinho... Se soubesse como ia acabar, tinha esquecido rapidinho o orgulho e a inveja!

No combate, nosso valente Rei Hamlet,
Pai de nosso amado príncipe,
Matou esse Fortinbrás; que, por um contrato lacrado,
Ratificado pelos costumes da heráldica,
Perdeu além da vida, todas as suas terras,
Quem passarm à posse do seu vencedor.

Ah, babaca! Ainda fez aposta! %_%

O nosso rei também tinha dado em penhor
Uma parte equivalente do seu território
A qual teria se incorporado às posses de Fortinbrás
Houvesse ele vencido.

É justo, ne?

Agora, senhor, o jovem Fortinbrás, príncipe da Noruega,
Conseguiu recrutar, aqui e ali,
Nos confis de seu país,
Um bando de renegados sem fé nem lei
Decididos a enfrentar, por pão e vinho,
Qualquer empreitada que precise estômago.

E lá vai o povo ser explorado de novo...

No caso (como compreendeu bem claro o nosso Estado)
A empreitada consiste em recobrar,
Com mão de ferro e imposições despóticas,
As mesmas terras perdidas por seu pai.

Mas não tava tudo certinho, passado em cartório, e talz...?

Está aí, acredito,
A causa principal desses preparativos,
A razão desta nossa vigília,
E a origem do tumulto febril que agita o país.

E o povo já sabe, é?? Como as notícias vazam... É a imprensa! Ó! Os EUA se saem bem melhor q vcs pra abafar esses casos!

Bernardo: Acho que tudo se passa como disse.
Isso explica a visão espantosa,
Tão parecida com o rei, que foi e é a causa dessas guerras,
Ter vindo assombrar a nossa guarda.

E o que o c* tem a ver com as calças, meu filho?

Horácio: Um grão de pó que perturba a visão do nosso espírito.
No tempo em que Roma era só louros e palmas,
Pouco antes da queda do poderoso Júlio,
As tumbas foram abandonadas pelos mortos
Que, enrolados em suas mortalhas,
Guinchavam e gemiam pelas ruas romanas;
Viram-se estrelas com caudas de fogo,
Orvalhos de sangue, desastres nos astros,
E a lua aquosa, cuja influência domina o mar, império de Netuno,
Definhou num eclipse, como se houvesse soado o Juízo Final.
Esses mesmos sinais, mensageiros de fatos sinistros,
Arautos de desgraças que hão de vir,
Prólogo de catástrofes que se formam.
Surgiram ao mesmo tempo no céu e na terra,
E foram vistos em várias regiões,
Com espanto e terror de nossos conpatriotas.
Mas calma agora! Olhem: ele está aí de novo! (O Fantasma entra.)
Vou barrar o caminho mesmo que me fulmine.

Eito! Isso é que é coragem! Mas é pq ele sabe q naum pode morrer.... Tá no script! ^_^

(Ao Fantasma.) Pára, ilusão! (O Fantasma abre os braços.)

Lá vem ele mandando de novo!

Se sabes algum som ou usas palavras,
Fala comigo.

Não não, meu filho! Ele é analfa! Aliás, é mudo! Retardado!

Se eu posso fazer algo de bom,
Que alivie a ti e traga alívio a mim,

Hahahahaha!! Muito conveniente, ne? Seu interesseiro...

Fala comigo. Se sabes um segredo do destino do reino
Que, antecipado por nós, possa ser evitado,

Agora tenta disfarçar falando do reino... Tsc tsc...

Fala comigo!
Se em teus dias de vida, enterraste
Nas entranhas da terra um tesouro, desses extorquidos,
Pelos quais, dizem, os espíritos vagueiam após a morte,

Olha sóóó... Já tá pensando em dinheiro!! Q feiooooo!!!! Interesseiroooo!!!

(O galo canta.)

Fala! Pára e fala! Cerca ele aí, Marcelo!

Marcelo: Posso atacá-lo com a alabarda?

Mas já vão pra porrada??

Horácio: Se não se detiver, ataca!

O outro ainda incentiva!

Bernardo: Está aqui!

Horácio: Está aqui!

Afinal, onde ele está?

Marcelo: Foi embora! (O Fantasma sai.)

Ahhh...

Erramos tudo, tentando a violência,
Diante de tanta, majestade.

Pelo menos admite!

Ele é como o ar, invulnerável,
E nossos pobres golpes uma tolice indigna.

Antes tarde do q nunca!

Bernardo: Ele ia falar quando o galo cantou.

Nessa montagem, a fala seguinte é do Marcelo, pois foi cortada a fala do Marcelo que se segue a essa.

Horácio (Marcelo, nessa montagem) : E aí estremeceu como alguém culpado
Diante de uma acusação. Ouvi dizer que o galo,
Trombeta da alvorada, com sua voz aguda,
Acorda o Deus do dia,
E que a esse sinal,
Os espíritos errantes,
Perdidos em terra ou no mar, no ar ou no fogo,
Voltam rapidamente às suas catacumbas.
O que acabamos de ver, prova que isso é verdade.

Marcelo: Se decompôs ao clarinar do galo,
Dizem que, ao se aproximar o Natal de Nosso Salvador,
O galo, pássaro da alvorada, canta a noite toda:
E aí, se diz, nenhum espírito ousa sair do túmulo.
As noites são saudáveis; nenhum astro vaticina;
Nenhuma fada encanta, nem feiticeira enfeitiça;
Tão santo e cheio de graça é esse tempo.

Horácio: Eu também ouvi assim e até acredito, em parte.

Ô cara cético!!! Acabou de ver um fantasma na frente dele e ainda fica cheio de "ai naum sei... isso naum é lógico e científico, então eu não sei...". %_%

Mas, olha: a alvorada, vestida em seu manto púrpura,
Pisa no orvalho, subindo a colina do Oriente.

Não era mais fácil dizer só "Tá amanhecendo!" ? ~_~

Está terminada a guarda; se querem um conselho,
Acho que devemos comunicar ao jovem Hamlet
O que aconteceu esta noite; creio, por minha vida,
Que esse espírito, mudo para nós, irá falar com ele.

Uau! Ele crê pela vida dele! Isso é q é confiança! Até pq ele é o único q naum morre no final, hehehehhe... ~_~

Marcelo: Pois então vamos logo.
Eu sei onde encontrá-lo com certeza
A esta hora da manhã. (Saem.)

Lembrem-se BEM dessas duas últimas linhas!! Mais adiante eu vou fazer um comentário referente a elas!
 
 

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