Vindo de Stratford-upon-Avon para Londres, entre 1588/90 e 1611 Shakespeare escreveu trinta e seis peças (até 1614 escreveria mais uma - ou talvez duas - em colaboração) e o conjunto de sua obra nunca mais deixou de marcar o teatro ocidantal. Suas peças são prova viva de que o anti-realismo, o uso do verso, da linguagem imaginativa, das convenções cênicas, São meios mais que eficientes para falar da realidade: o verso é um apoio para o ator e seu fluxo, sua música, seu ritmo, são convites para o engajamento da platéia no que está acontecendo no aplco. Usando melhor do que ninguém todos os recursos da dramaturgia e do palco de seu tempo, Shakespeare ao mesmo tempo faz o público se comprometer imaginativamente com a ação e, ao mesmo tempo, ter consciência de que aquilo tudo é uma obra de arte que deve ser apreciada como tal, que nada daquilo "real", embora por certo esteja dizendo algo importante a respeito da experiência humana.
Shakespeare não é uma assinatura famosa;
é um autor teatral fascinante, que continua a nos falar com paixão
e compaixão a respeito de um espantoso leque de diversidade humana.