Laurence Olivier's Hamlet



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    Gente de deus! Q filme DEZ! Eu gostei muito! Gostei MESMO! Claaaaaro q teve coisas q eu gostei mais no filme q na peça, e vice-versa! É sobre estas diferenças q eu vou falar aqui...

    Antes de mais nada, não vou ficar falando quem é melhor q o q... Na minha opinião a montagem do Marcus Alvisi e o filme q eu vi estão equilibrados! São montagens e visões diferentes, cada um é bom à sua maneira. No filme as coisas são mais, digamos, "elitizadas". Tudo tem aquele ar de realeza, a reprodução histórica é bem mais fiel, entre outras coisas. Na peça, porém, tudo é muito humanizado. O Horácio do filme mais parece um empregado ou acomapnhante, do q um amigo realmente. Na peça todos os sentimentos estão muito mais presentes. Isso de TODOS os personagens, não só do príncipe. O fato é q os dois são muito bons, cada um da sua maneira, mas, particularmente, eu AINDA gostei mais da peça. (Até pq no filme tem muito corte.)

    Vejam bem, isso é uma opinião PESSOAL, tá? Estou dizendo q os dois são ótimos, e não quero, de maneira alguma, banalizar o maravilhoso trabalho do ator/diretor inglês. Mas estou dizendo q gosto mais da atmosfera humana e próxima do teatro. Opinião pessoal, tá? Agora vamos às deferenças entre ambos.

    Pra começar, como falei, tem o clima. No filme é mais frio e cordial, com excessão do próprio príncipe. Na peça é mais humano e profundo, isso com todos os personagens. Em segundo, vem a comicidade. No filme NÃO DÁ pra dar risada! Não deu pra ver graça em nenhuma nas piadas e trocadilhos (q ficaram, obviamente, mal traduzidos na legenda), e os atores tb não ajudaram a fazer rir das poucas cenas leves do texto. Uma pena... Apesar de eu saber q na peça houveram alguns cortes, na montagem q eu vi, no filme houveram MUITAS MAIS! Inclusive algumas liberdade tomadas... Por exemplo: Rosencrantz e Guldenstern NÃO APARECEM! Uma grande pena pois são ótimos personagens e em relação a eles Hamlet pronuncia algumas falas geniais... Aliás, o filme inteiro teve muitas falas cortadas.

    Uma outra diferença q chama atenção é q as cenas escritas para serem apenas descritas, no filme, são mostradas. Por exemplo a cena do assassinato do Rei Hamlet narrada pelo seu Fantasma. Há também a cena em que Hamlet entra no quarto de Ofélia enquanto ela costura. Outra cena mostrada é a do afogamento da própria Ofélia. Todas as cenas parecem meio estranhas, é verdade... Até pq enquanto elas aparecem permanece a descrição da cena. É meio idiota botar alguém narrando o q está se vendo, ne? Mas tudo bem... Pelo menos todas ficaram muito bonitas.

    Outra cena q teve muitas fala cortadas foi a da peça dentro da peça. Os atores não falam nada, apenas a pantomima é mostrada, e é suficiente para q o Rei se levante transtornado. Aliás, até soou estranha uma fala anterior do príncipe aos atores: "Vocês podem adicionar a esta encenação alguns versos que eu escreverei?" E onde estão os versos? (Aliás, esta fala não existe na peça com o Diogo.)

    Mas sem dúvida a maior diferença do Hamlet do Diogo Vilela para o Hamlet do Laurence Olivier (fora o Laertes q é gatinho na peça mas no filme nem tanto... ~_~) é o próprio príncipe. O Hamlet do Laurence é frágil e até romântico... Também tem seus momentos de destempero, mas no geral é muito formal e frágil. Ele chega a ser muito mais sério e formal q o do Diogo e ao mesmo tempo emotivo, mas circunspecto. Ele sofre muito mais por dentro do que demonstra aos qq estão em volta, por isso é bastante calado e quieto. Muito mais sorumbático. Isso é contribuido também pelo fato de q num filme é possível declamar o solilóquios em off, ou seja, na forma de pensamentos, e não palavras pronunciadas em voz alta. Pensamentos é o q estes solilóquios realmente são: reflexões internas. No teatro, porém, para q esses pensamentos sejam ouvidos pelo público, estas palavras precisam ser declamadas.

     Diogo Vilela tomou muitos cuidados ao compor seu Hamlet. Ele sabia que não podia compô-lo frágil. No teatro seria bastante complicado compôr um príncipe fraco ou exessivamente romântico. Em suas próprias palavras: "Eu sei que o Laurence Olivier, que é maravilhoso, fez ele frágil. No cinema dá. No cinema a tela fecha nele, tem aquelas luz, preto e branco, fecha no olhar dele... Traduz tudo. É outra concentração. Agora se eu fizesse, aqui, todo mundo ia achar que eu era caso do Horácio!" (Detalhe q ele falou isso apontando pra mim no dia da famigerada palestra! %_%) E continua: "Mas o que brotou de mim, no meu inconsciente, é que ele é normal. Ele é um cara. Ele não fica frágil, ele fica revoltado. Isso na minha opinião! Cada um faz o seu Hamlet, e tal... Cada um tem uma visão. Eu acho bonito ele ser frágil no começo, estar em dúvida... Mas ele é um príncipe!" Em resumo: o Hamlet do Vilela muda durante a peça... Ele é menos formal e mais instável. Até sua suposta loucura é mais caricata. É uma outra interpretação, mas não deixa de ter presente toda a amargura do pobre príncipe.

    O caso é que é isso aí! Eu gostei enormemente das duas visões dessa obra q eu amo e ainda q a peça seja o meu xodozinho (~_~), eu recomendo: ASSITAM o Hamlet do Laurence Olivier! É maravilhoso!
 

Andrômeda Aino
Escreveu e a cada dia ama mais e mais o doce príncipe da Dinamarca.

 
 

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